domingo, 18 de novembro de 2018

85/365 - Você é bem sucedido?


85/365
Você é bem sucedido?


A forma como você vê as suas escolhas e aonde está neste momento da sua vida é um indicativo muito importante de como você está em relação ás suas escolhas passadas, contudo, não deve ser usado como autojulgamento se martirizando negativamente para sempre.




Muito do que é considerado sucesso e fracasso, são construções que criamos ao longo de nossas vidas, algumas pessoas por exemplo valorizam o dinheiro, outras, família, mas de qualquer forma, em comum temos nossas crenças pessoais, e julgamos a nós mesmos bem-sucedidos ou não baseado no que acreditamos.


É errado acreditar que exista um padrão universal ou nacional para isso, pois cada um enxerga diferente o mesmo ponto de interrogação. O que você acredita ser necessariamente algo excelente em direção ao sucesso, pode ser considerado lento e ineficaz para outras pessoas, segue o exemplo


Meu primo está cursando engenharia da computação em uma das melhores instituições federais do país, ele entrou aos 22 anos, e ano que vem terminará o curso aos 26. Conhecendo a história difícil que ele teve, se mudando do norte do país com apenas uma mochila nas costas para morar em um outro estado totalmente desconhecido para poder estudar, eu o considero bem sucedido. Agora, se perguntar a ele se ele se considera bem sucedido ou não, a resposta é indefinida, depende de como ele vê o que é ser bem sucedido, e se está alinhado com o conceito de crenças dele.


Eu vejo por mim, estarei graduado nos estados unidos em 2 cursos diferentes, engenharia elétrica e física, aos 26, e fluente em 2 idiomas, mas não vejo que eu seja bem sucedido por causa disso. Vejo o meu instrutor do curso que, aos 24 anos, está fazendo seu PHD em engenharia elétrica, já formado também em física, e fluente em 3 idiomas, com um emprego garantido para ganhar cerca de 35 mil R$ por mês ao terminar o PHD. Enquanto eu ainda estou entregando pizza quando tenho algum tempo livre para ter dinheiro para comprar comida, e continuo buscando estágio na minha área.


Eu vejo claramente os erros que cometi durante minha adolescência e da fase inicial da vida adulta. E por muito tempo me culpei muito por eles, em relação à onde estou e a onde poderia estar hoje se tivesse agido corretamente. A questão é que eu fiz o melhor que eu pude com o conhecimento e ferramentas que eu tinha disponíveis na época, e foi apenas com essa série de erros que eu consegui aprender e me tornar a pessoa que eu sou hoje.


Se eu ficar para sempre me colocando para baixo pelos erros que eu cometi no passado, jamais vou poder perceber aonde eu estou hoje, e como poderei chegar a onde eu quero chegar.


Não adianta chorar pelo leite derramado, dizia a minha vó para uma criança confusa e chateada pelos erros que tinha acabado de cometer, e aprendera da pior forma que foram decisões ruins e que não deveriam ter sido feitas, mas ela estava extremamente certa me explicando isso em sua forma simplista.


Principalmente na idade que eu tenho hoje, 23 anos, eu tenho uma gama de amigos em estados extremamente diferentes uns aos outros, para citar alguns exemplo:


Tenho amigos que não terminaram o Ensino Médio.
Amigos que vão se formar este ano.
Amigos formados e que já estão trabalhando, alguns em suas áreas, outros em áreas diferentes.
Amigos que estão casados.
Amigos que serão pai.
Amigos que moram sozinhos.
Amigos com planos para ir morar fora do país, sozinhos ou com a namorada.
Amigos que só podem sair a noite com a autorização dos pais e com antecedência
Amigos que vão para a balada e se drogam TODO final de semana
Amigos que são crentes praticantes da igreja.
Amigos ricos que gastam dinheiro sem se importar
Amigos extremamente pobres que mal conseguem dinheiro para comprar comida e para ir trabalhar
Amigos com saúde perfeita, outras extremamente doentes.
Amigos extremamente talentosos em desenhos, músicas, ciências, programação, espiritualidade, corpo humano, fluentes em outras línguas, e outros que não tem nenhuma dessas habilidades ainda, que na verdade mal sabem o português correto
Amigos que sabem o que querem fazer da vida, e outros que não fazem a menor ideia.


Cada um tem uma história diferente, erros e acertos incluso. Querer dizer que um é bem sucedido e outro é um fracassado é um absurdo. Ninguém tem a vida descoberta com um manual de instruções, a maior beleza da vida é que não há um único caminho para se chegar ao ponto final. Na verdade, não há nem um ponto final. Pessoas diferentes querem coisas diferentes, e elas mudam de ideia o tempo todo. Somos seres extremamente complexos e com histórias únicas, e é isso que nos torna especial.


Querer julgar alguém por causa de uma habilidade, uma opinião política, a situação financeira atual, ou qualquer outra coisa, é uma besteira imensa. E quando digo julgar alguém, este alguém incluí a você mesmo. Use a sua história como um parâmetro de como você estava antes e como está hoje, apenas. Assim você pode saber se as suas ações passadas estão te levando para um caminho que você quer seguir, ou que você quer evitar. É apenas um indicativo de como as coisas estão indo, e não um estado sem mudanças, final.

É você lembrar de quem era em todas as fases da sua vida, e saber quem você é hoje. E tanto nos erros quanto nos acertos, você é um conjunto de todas as versões que existiram. Por isso é tão importante saber qual é a sua melhor versão, e ir em busca dela com toda garra e vontade que se consegue reunir.

O sucesso é uma escolha pessoal, seja ela qual for, vem das nossas experiências pessoas, e não da escolha dos seus pais, parentes, amigos, ou cônjuge. Vem de dentro e fala com o seu íntimo, a sua alma. E não existe apenas uma oportunidade de ser bem sucedido, existem infinitos caminhos para tal. Por isso ficar remoendo o passado é apenas mais um erro que evita você de ser bem sucedido. E saber disso é também um aprendizado. Não fique achando que você está ficando maluco, ou que está errado, apenas por ter padrões diferentes de assimilação quando comparado com as pessoas ao seu redor. É você quem define as suas metas de sucesso pessoal, você não precisa de ninguém te dando tapinha nas costas, muito menos de alguém para lamentar por ou com você.


Essa é uma jornada muito árdua e até mesmo solitária, pois você é o único representante do seu desejo de qualidade de vida. Obviamente não é uma jornada fácil, mas agora você sabe que depende apenas de você mesmo. Mas da mesma forma que é difícil, é gratificante, você apenas vai ter que fazer por onde.


Se você não se considera bem sucedido, pare de culpar o passado imediatamente, ele não determina mais nada em sua vida, em fato, ele está muito longe do seu controle. Foque no que você pode fazer a partir de agora, com todo o conhecimento que conseguiu adquirir com suas antigas versões, para se tornar a sua melhor versão, dando ao menos um passo em direção a essa sua versão todos os dias.


Alisson David Frangullys – 18/NOV/2018   16:00   GMT -5 (Texto para o dia 25/MAR/2018)

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

84/365 - Quanto você vale para si mesmo?



Algo que eu venho percebendo últimamente é uma questão na diferença de perspectiva do valor de algumas moedas em relação às pessoas. Vou explicar

Você deve saber que todas as pessoas tem o mesmo pôtencial produtivo, mas que nem sempre há um uso adequado do tempo e, consequentemente, algumas pessoas produzem mais que as outras. Lembrando aqui rápidamente também que esforço não é o indicativo único de sucesso. Pois se fosse apenas necessário o trabalho árduo, todos os pedreiros e padeiros que existem seriam milíonários, o que não é o caso. É um conjunto de fatores que já foi discutido neste blog.

O que eu quero falar é sobre o valor que você se dá pelas moedinhas virtuais, os likes e corações; a sua popularidade virtual e como você vê isso.

Para uma pequena parcela, isso é algo relevante a ponto de usar como parâmetro de identificação e comparação, assim como qualquer outra pequena parcela. Vou ser mais específico com exemplos.

Para uma grande parcela da sociedade, aqueles que são médicos, engenheiros, advogados, fazem parte de uma "elite intelectual". Tenha noção que apenas 10% da população tem ensino superior completo no Brasil, segundo o IBGE em 2011. Agora, quem é médico, engenheiro, e advogado, não vê as coisas dessa forma, não se sentem superior nem parte de uma elite por terem uma graduação específica.

Certamente tem aqueles que sim, e usam desses títulos para subjulgar outros, colocando o ego e a soberba acima de tudo, mas essa é uma pequena minoria.

Da mesma forma, temos as pessoas com certa popularidade nas redes sociais, ao ver os números altos em seguidores e curtidas, nosso julgamento é de que são pessoas super aceitas no meio em que vivem e de que são populares e fazem parte, de certa forma, da "elite popular".

Mas assim como no exemplo dos formados, as pessoas com estes números altos não se veem dessa forma. Pois estes números não representam nada, em realidade.

Assim como os exemplos citados acima, podemos continuar sobre o que a sociedade vê como a "Elite da riqueza", ou "Elite da beleza", ou qualquer outro título em que as pessoas são colocadas sobre um pedestal e julgadas como superior em algum aspecto da vida.

A pequena minoria é a que usa desses artíficios para auto promoção e denegrir alguém para se engrandecer, mas é o que mais tem o alarde da mídia, o que gera uma concepção enganosa sobre o assunto, criando, portanto, uma separação de classes ainda maior na nossa sociedade.

E assim como é rídiculo alguém se graduar em alguma coisa apenas para portar o título, é rídiculo alguém se portar de alguma maneira específica para ter a popularidade virtual e os likes. Viver em função disso é estúpido e merece repreensão em prol de relembrar a todos que títulos e certos benefícios não são nada importantes e não vão trazer felicidade a ninguém.

As pessoas com maiores dificuldades em questão de auto conhecimento são as que buscam a própria identidade nos olhos dos outros

Fazem do possível e impossível para buscar um reconhecimento ou um título que de nada vale, apenas para amaciar o próprio ego em poder deitar a cabeça no travesseiro a noite e falsamente se enganar dizendo "sou alguém". Mas enquanto buscar em "ser alguém", esquece de se perguntar e buscar aprender quem se é, quem quer ser, e porque quer ser o que quer ser.

As perguntas é que movem o mundo, mas estamos vivendo em uma sociedade que somos julgados o tempo todo e, se não tivermos uma resposta pronta para tudo em menos de um minuto, somos considerados menos

Mas isso é apenas um reflexo de que os títulos e nomes estão sendo mais importantes do que as coisas realmente importantes, como já foi discutido em um dos textos aqui. Quando a futilidade é levada a sério, de tal forma que o que é sério não pode ser discutido sem que alguém se sinta extremamente ofendido, geramos uma sociedade doente, ansiosa, nervosa, e que se esconde atrás de remédios e mascaras.

Não esqueça do que realmente importa, e esteja disposto a fazer tudo em seu poder e moral para alcançar; não esqueça do que realmente não importa, e esteja disposto a ignorar e deixar de lado para poder focar no que realmente vai mudar sua vida.

10:17 PM 15/NOV/2018

domingo, 11 de novembro de 2018

83/365 - Humildade no aprendizado para seguir adiante


83/365
Humildade no aprendizado para seguir adiante

            Ser honesto em dizer que não sabe, ou que não tem certeza sobre algum assunto, não é nenhum pecado mortal, mas é algo que a nossa sociedade tem pavor em ouvir. Temos um desejo quase que sexual por respostas rápidas e de frases que possamos usar como referência, e temos até uma certa pressão para ter uma resposta concreta sobre algum assunto em segundos.

           
             Mas nessa mesma sociedade vemos que as pessoas adoram ser a detentora da verdade e de fatos, em discussões cada vez mais intolerantes com aqueles que tem uma visão diferente, acusando até mesmo a capacidade intelectual do outro como “inferior” por não dividir da mesma visão do outro, criando assim divisões de um povo que deveria ser unido, mas que se separa em suas verdades absolutas de todos os lados.


            É mais corajoso e incomum admitir que não se sabe, tanto para si mesmo quanto para os outros, e tomar tempo em ir pesquisar, aprender e se informar. Considerando outros pontos de vista e cuidadosamente analisar os fatos disponíveis, e pensar sobre o assunto em questão, seja ele qual for. Pois apenas com a vontade de abraçar o desconhecido, é que uma sociedade que aceita meias verdades e quer rapidez nos resultados terá a oportunidade de progredir.


            Não é preciso ter a ideia mais inovadora de todas, nem mesmo ter que se informar tanto quanto um doutor no assunto para se tirar uma conclusão e conseguir contribuir com o conhecimento, até mesmo porque dizem que não existem novas ideias, apenas novas formas de combinar ideias antigas. Onde a criatividade é a habilidade de fazer novas combinações de ideias, sempre de mente aberta para novas descobertas e a humildade de ouvir pontos de vistas diferentes do seus.


Alisson David Frangullys – 10/NOV/2018   23:27   GMT -5 (Texto para o dia 24/MAR/2018)